16/05/2025 | 08:37 | Geral 1b4w53
Ministério da Agricultura informou que foco foi encontrado em Montenegro
O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou nesta sexta-feira (16) a detecção de um caso de influenza aviária em aves comerciais do Estado. Trata-se do primeiro caso encontrado em granjas comerciais do Brasil.
Segundo a pasta, o caso da doença foi detectado em Montenegro, no Vale do Caí. Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa, mas não havia foco em aves comerciais no Brasil.
O governo alerta que não existe risco de transmissão da doença pelo consumo da carne ou de ovos, mas traz importante impacto financeiro para o Rio Grande do Sul.
"O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas", diz trecho da nota do ministério (veja íntegra abaixo).
A pasta destaca que governo informou os órgãos internacionais e parceiros comerciais do país sobre a ocorrência.
Também destacou que as medidas previstas no plano nacional de contingência já começaram a ser adotadas. O objetivo é conter a doença, garantir a segurança alimentar e evitar qualquer impacto na produção.
A Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do detalhou as medidas que estão sendo tomadas neste momento:
Este é o primeiro foco em aves comerciais, mas pelo menos casos da doença já haviam sido detectados em aves silvestres. O primeiro deles foi em maio de 2023, na Estação Ecológica do Taim, entre Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, no sul do Estado.
"O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quinta-feira (15) a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em matrizeiro de aves comerciais. A detecção ocorreu no estado do Rio Grande do Sul, no município de Montenegro.
Esse é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil. Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa.
O Mapa alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas).
As medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência já foram iniciadas e visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população.
O Mapa também está realizando a comunicação oficial aos entes das cadeias produtivas envolvidas, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, bem como aos parceiros comerciais do Brasil.
O Serviço Veterinário brasileiro vem sendo treinado e equipado para o enfrentamento dessa doença desde a primeira década dos anos 2000.
Ao longo desses anos, para prevenir a entrada dessa doença no sistema de avicultura comercial brasileiro, várias ações vêm sendo adotadas, como o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, o treinamento constante de técnicos dos serviços veterinários oficiais e privados, ações de educação sanitária e a implementação de atividades de vigilância nos pontos de entrada de animais e seus produtos no Brasil.
Tais medidas foram cruciais e se mostraram efetivas e eficientes para postergar a entrada da enfermidade na avicultura comercial brasileira ao longo desses quase 20 anos."
O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), atendeu a suspeita de síndrome respiratória e nervosa de aves, no dia 12 de maio, em estabelecimento avícola de reprodução, em Montenegro. As amostras foram coletadas e encaminhadas ao Laboratório Federal de Diagnóstico Agropecuário, em Campinas (SP), que confirmou o diagnóstico de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) nesta sexta-feira (16/5).
Com a confirmação do foco, o Serviço Veterinário Oficial do RS (SVO-RS) desencadeou as ações previstas no Plano Nacional de Contingência de Influenza Aviária, com isolamento da área em Montenegro e eliminação das aves restantes, para que seja iniciado o protocolo de saneamento da granja. Será conduzida investigação complementar em raio inicial de 10 km da área de ocorrência do foco, e de possíveis vínculos com outras propriedades. A mortalidade de aves no Zoológico de Sapucaia do Sul, que está fechado para visitação, também foi atendida e a Seapi aguarda o resultado do sequenciamento.
O SVO-RS reforça que o consumo de carne de aves e ovos armazenados em casa ou em pontos de venda é seguro, já que a doença não é transmitida por meio do consumo. A população pode se manter segura, não havendo qualquer restrição ao seu consumo.
"Com relação à identificação de foco de H5N1 em uma granja de aves do município de Montenegro (RS), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) ressaltam a total transparência do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, juntamente com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul em relação à identificação, comunicação e contenção da situação, que é pontual.
A ABPA e a ASGAV estão apoiando o MAPA e a Seapi neste processo. Todas as medidas necessárias para o contingenciamento da situação foram rapidamente adotadas, e a situação está sob controle e monitoramento dos órgãos governamentais.
Ao mesmo tempo, as entidades confiam na rapidez das tratativas que serão adotadas pelo Ministério e pela Secretaria em todos os níveis, de tal forma que qualquer efeito decorrente da situação seja solucionado no menor prazo possível.
Por fim, a ABPA e a ASGAV lembram que a situação em questão - assim como qualquer outra ocorrência da enfermidade em aves - não representa qualquer risco ao consumidor final".